Entrei em contagem regressiva para meu aniversário.
É sempre bom continuar vivo. Eu continuo e, como todos nós, sem saber até quando.
É nessa época que costumo me perguntar: As coisas pioraram ou melhoraram?
Lembro do fim da ditadura, eu era apenas um garoto mas cada vez que tentava saber quem era o culpado daquela zona toda minha mãe dizia "Cala a boca menino. Se alguém te escuta teu pai vai preso e nunca mais volta!". Minha analista é grata a ela até hoje.
Lembra da hiperinflação? Era todo dia! Ia na padaria na quinta o pão era 100. Na sexta 110 no domingo 150. Um inferno pra fazer conta. Hoje a criançada aprende a fazer conta com laranjas e tal. A gente tinha que saber juros compostos. A professora perguntava: Luizinho tinha 10 "dinheiros" e comprou 2 laranjas de 1 dinheiro, depois comprou mais 3 laranjas, quanto sobrou para Luizinho? A resposta era óbvia: Depende de quando ele comprou. (O Gene do economista começava a se manifestar).
Então, depois do "Tempo Negro", veio a tão sonhada democracia. Era uma festa. Todo mundo na rua comemorando a tal liberdade. E a liberdade tinha nome: Tancredo. Tancredo Morreu.
Foi aí que a merda pegou preço. Foi aí, nesse momento que entrou em ação o "Não tem tu vai tu mesmo". Entrou o Sarney.
Era vice? Tudo bem. Mas era a manutenção do status quo. O poder econômico conquistava o poder político. Sem os militares para fazer frente, o poder econômico tomou o estado. E o congresso, e os ministérios. Eles tinham a mídia. O povo não tinha juízo. Foi uma barbada.
E desde então assistimos uma roda triturando o Brasil dia após dia. Saiu Sarney, e não foi fácil tira-lo de lá. Tome Collor. Com direito a Zélia, PC Farias e confisco. Coisa de quadrilha.
Aí tivemos Itamar e Plano Real. Foi a glória. Sem inflação e com uma moeda que parecia dólar o Jet Set pode viajar pra Europa todo ano enquanto o Povo comia frango como nunca.
Mas como Deus não é brasileiro nem aqui nem na China, tome-lhe Crise do México, Rússia, Ásia e Argentina. Acho que quando o Brasil vai bem o mundo se preocupa. O real passou a valer 30% menos do que valia e ficamos, de novo, mais pobres da noite para o dia.
Mas nem tudo estava perdido. Tínhamos a esperança vermelha. A ética na política parecia estar a nosso alcance. E o povo pediu Lula. E foi Lula que o povo teve. E Lula nos deu o mensalão e o Valerioduto. Eita ferro!
Antes que eu me esqueça. Eu votei nele em todas as eleições. Mea culpa tamem.
E aqui estamos em 2008. Com uma educação que perde para o Panamá e Costa Rica. Com homicídios em alta e gente morando em buracos de ponte, sem eletricidade ou saneamento básico.
Agora vamos lá. Não melhorou? Sim melhorou uma porção de coisas. Piorou? Sim piorou uma porção de coisas.
Mas o que mais me deixa frustrado amigos é que nós, o povo, não aprendemos absolutamente nada com isso tudo.
Feliz aniversário para a nossa santa ignorância.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
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3 comentários:
Quem diria estou em pleno sabado em casa vendo um filme pela milessima vez, achando que não teria nada de interessante e melhor para fazer, eis minha surpresa quando entro na internet, para conferir meus e-mails e encontro um texto que me faz voltar no tempo e me lembrar e raciocinar sobre algumas coisas que passei e outras so ouvi falar, mais tenho que dizer uma coisa, mea culpa tambem, votei no Collor para não votar no barbudo e depois votei no barbudo pensando que ele daria solução em alguns problemas quanta ilusão.
Mais apesar de tudo não sei se estamos melhores ou piores, pois hoje podemos falar e nos expressamos livremente, diferente da ditadura, mais tambem não viamos tanta violência, corrupção, se tinha não sabiamos.
Como disse meu amigos Parabéns para nossa Santa Ignorância ou nossa Santa Ingênuidade.
Infelizmente as pessoas, a grande maioria, não mudam. E os países são pouco mais que um amontoado de pessoas. Logo, por analogia, não mudam! Pelo menos não por vontade própria. Países, como as pessoas, só mudam de rumo quando fatores externos assim o determinam. Sem uma guerra ou uma catastrofe, natural ou não, nada muda. O conjunto dos seres pensantes no Brasil é pífil. E pífil é sua influência sobre as massas e seus movimentos, o que vem tornando a vida inteligente no Brasil em uma espécie ameaçada de extinção.
Valorizemos, pois, e protejamos esse núcleo pensante para que, quando as mudanças vierem, possam ser para melhor.
Feliz aniversário (adiantado) meu pensante amigo!
AMEI!!!!
CARAMBA... ADORO ESCREVER TB, MAS ULTIMAMENTE NÃO ANDO MUITO INSPIRADA! COMO CONEGUE TTO TEMPO PARAR ESSAS COISAS? LI OS MAIS RECENTES!
PERFEITOS!
O 1o LIVRO É MEU....AUTOGRAFADO, CLARO!!!!
BJK
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