O DataSUS é uma das bases de dados mais confiáveis sobre os índices de morte violenta no Brasil desde 1979. Em 2008 completa 30 anos com um assombroso número. 1 Milhão de assassinatos no Brasil. (Fonte OESP).
Há quem tenha lido os meus posts e contestado. Me chamaram de alarmista e exagerado. Dizer que estamos em guerra é exagero. Os números não mentem caro leitor.
A cada dia que passa a violência vem se banalizando, principalmente entre os jovens. Uma geração inteira sem escola e marcada pelo descaso pela educação começa a dar seus frutos. A próxima será bem pior. Imagine o caro leitor um exército de Champinhas solto nas ruas. Não vai ser mole não.
Ao contrário do que se poderia esperar o campeão não é o RJ ou São Paulo, mas Pernanbuco. Pu seja, onde o descaso com a educação é maior a violência cresce com mais intensidade. O terreno é fértil.
Mas é carnaval. Na semana que vem isso tudo já será letra morta. O saldo do carnaval deve apontar um crescimento no número de homicídios em relação ao ano passado. A mídia dará um pequeno destaque a isso. Ninguém tomará providências e vamos deixar isso pra resolver depois do carnaval do ano que vem.
E como resolver isso? Como estancar essa hemorragia de vidas que priva o país de 1 milhão de seus habitantes a cada 30 anos? Precisamos de um armistício. E isso significa concessões por parte do poder público. Tirem estas crianças das áreas de risco. Coloquem-nas em escolas, 8, 10 horas por dia. Isso não custa tanto assim. Esvaziem as filas no RH da criminalidade.
Chega de projetos de mudança no nome das ruas e pontes. Chega de homenagem para gente que morreu. Chega de fisiologismo e desonestidade. Essa é a guerra na qual todos deveríamos estar no front. Precisamos de homens públicos com vontade. Com conhecimento de administração pública. Com coragem. Com Caráter, assim mesmo, com letra maiúscula.
Não adianta pedir paz senhoras e senhores. O inimigo não entende esta mensagem. Nós criamos ele assim.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Alemão,
Muito bom esse post. Sabe uma coisa que me impressiona, antes de tudo? O descaso com a vida humana no Brasil. Quando some um bebezinho inglês em Portugal, vira caso internacional. Quando a polícia inglesa mata um brasileiro por engano, tudo é abafado. Quando morre uma celebridade brasileira, todo mundo chora. Se morre um milhão de anônimos, simplesmente "acontece, fazer o que?". Parece que as pessoas vêem a violência como uma entidade abstrata que se convive, quando no entanto é um problema social que precisa de encaminhamento de políticas públicas PRA ONTEM.
Oi Energia, estou acompanhando seu blog e estou adorandooo!!!
Bj
Mônica - Só os Fortes!!!
Caro Emerson. Acredito também que a falta de educação seja a grande vilã desta história, mas talvez o grande vilão seja a alienação. A pouco tempo vimos essa mesma discussão na F.de São Paulo: Ferrez e Luciano Huck. Tema: o tal rolex. Se o problema fosse resumido em a um violencia seria bom. Quantas garotas, pré-adolescentes, estão nos caminhos da prostituição? Tento procurar uma solução em mim, não nos políticos e sua falsa democracia. Talvez o próprio movimento neoliberal supra, mesmo que minimamente, esta deficiência. Sim, eles a cada dia necessitam de mão de obra qualificada. E sem instruções não há operários.
O único ponto que me preocupou em seu post foi esta parte: "Não adianta pedir paz senhoras e senhores. O inimigo não entende esta mensagem. Nós criamos ele assim". Headbanger, quem é o inimigo? Cuidado com a falta do reconhecimento de classes. Cuidado com a pequena Burguesia.
Headbanguer,
Em primeiro lugar agradeço seu comentário. Obrigado pela presença e apareça sempre.
Na verdade o termo inimigo foi uma alusão ao outro post (Samsara). Não acho que haja um inimigo personalizado. O que tenho certeza é de que em uma sociedade onde "ter" é mais importante que "ser" - Onde os centenários detentores do poder econômico, não satisfeito com as fortunas já ganhas ao custo de escravidão e segregação - Avançam sobre o patrimônio público, deixando os dependentes do esforço coletivo sem um mínimo de infra-estrutura que garanta sua dignidade.
Alguma coisa precisa ser feita. Não sabemos o que, mas precisamos descobrir rápido.
Postar um comentário