O amigo leitor certamente é um dos brasileiros que engrossam o coro dos indignados com as despesas de altos funcionários do governo com os cartões corporativos.
Mas estamos salvos. Ontem o TCU decidiu por unanimidade realizar uma devassa nas despesas efetuadas com estes cartões para saber se houve improbidade no uso ou não. A velha política da do cadeado depois do assalto.
Sempre que um fato chama a atenção da mídia toca um apito. E tome sindicância, processo administrativo e corre-orre, tanto para instaurar quanto para segurar uma CPI.
Mas onde estava os ministros e suas equipes quando a gastança estava em andamento? Onde andavam os responsáveis por coibir este tipo de conduta?
O aparelho estatal é extremamente eficiente quando se trata de cobrar os impostos devidos pelos contribuintes. As ferramentas mais sofisticadas cruzam os dados de renda e consumo de cada contribuinte cobra sem dó. Tome malha fina!
Mas quando se trata de fiscalizar a máquina temos estas demonstrações de incompetência. Alguém acha mesmo que, se comprovadas as irregularidades, este dinheiro volta para o caixa do governo? Inocência.
A utilização de empresas de auditoria independente. A criação de equipes especializadas em identificar problemas, provar fraudes e prender e punir os culpados com rito sumário seria uma dos maiores avanços na administração pública brasileira.
Isso deveria ser feito dioturnamente, avaliando a evolução dos gastos em cada rubrica e alertando imediatamente as autarquias competentes ao menor sinal de irregularidade.
Não adianta identificar que o paciente está com 43º de febre. Há pouco a ser feito nesta situação. É preciso identificar o problema no início, antes que se agrave. Precisamos de termostatos, não de termômetros.
O porque dos órgãos fiscalizadores não agirem assim é uma icógnita. Essa sim, senhoras e senhores, é uma questão de segurança nacional.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
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Um comentário:
Carinha:
Além de parecer alguém que vive da informação (e não da tecnologia da informação) você escreve muito bem.É claro e conciso. "Direto ao ponto", como diria um apresentador desses jornais vespertinos com cunho sensacionalista. Me alegra e me dá prazer ler tua coluna (ou teu blog). A informação em si seria plenamente descartável não fosse a análise inteligente e comentários justos.
Parabéns.
"O sábio só será nominado como talse expor sua sabedoria"
Autor: Sei lá...
Josué
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